Quem vê os últimos lançamentos do mercado automotivo, percebe que os carros elétricos estão em alta, como nunca estiveram na história.
Será que isso é uma moda? Uma tendência? Ou os carros elétricos chegaram para ficar?
Uma coisa é certa. Os veículos movidos a baterias estão dando o que falar e já são causa até de discussões de almoço de domingo.
Os entusiastas de tecnologia acreditam e defendem que chegaram para ficar e não tem mais volta. Os mais conservadores, querem de volta os seus V8 com escape esportivo e um ronco estrondoso do motor.
Mas, antes de definir de que lado estou nessa briga, vamos a alguns questionamentos.
Como começou a febre dos carros elétricos?
Precisamos dar o braço a torcer. O Elon Musk conseguiu “bagunçar” o segmento automotivo com seus carros elétricos. Pra quem esteve fora do planeta nos últimos anos, vamos te atualizar.
Elon Musk é o CEO da Tesla, companhia que desenvolve carros autônomos e 100% elétricos. Sim. A turma da Tesla não tem a intenção de desenvolver apenas carros elétricos, como também carros que dirigem sozinhos.
Em 2008, quando a empresa estava à beira da falência, Elon Musk, que já vinha investindo na montadora, assume a posição de CEO. A marca que havia desenvolvido o seu primeiro veículo elétrico, o Roadster, um modelo esportivo e caro?, se viu em apertos com as vendas em baixa e o custo operacional e de produção bem elevados.
Foi na gestão de Musk que a empresa conseguiu produzir e comercializar um novo carro, que mais tarde viria a ser o Model S, por metade do preço do Roadster e algumas vantagens como 0 a 100km em 3 segundos e autonomia de mais de 400 km por recarga.
A partir de então, o novo modelo da marca caiu no gosto do povo e a Tesla começou a melhorar seus números e continuou melhorando ano a ano até bater a marca de trilhão. Isso mesmo, a Tesla chegou a valer 1 trilhão de dólares em 2021.
Se esses números não simbolizam nada pra você, pode acreditar que cedo ou tarde, vão acabar te afetando. Te explico.
O Sucesso da Tesla foi tão grande que fez políticos e pessoas influentes a nível mundial repensarem seus hábitos. Resultado? A União Europeia chegou a decisão de que todos os carros produzidos por lá devem ter zero emissão de CO² até 2035. Ponto para os elétricos!
Pioneiro dos carros elétricos
Como Elon Musk assumiu o risco de produzir carros elétricos enquanto ninguém queria produzi-los, obviamente, quando os olhos de todos se voltaram para os elétricos, a Tesla estava em posição de vantagem.
Hoje os países do mundo todo estão atentos à emissão de gases poluentes. O que fez não só as vendas da marca aumentarem, assim como a migração de várias marcas para o desenvolvimento de modelos a bateria.
Volkswagen, Mercedes, Renault, Volvo… A lista é gigantesca. Todos querendo mostrar ao mundo que também sabem produzir modelos elétricos repletos de tecnologia e cada vez mais eficientes.
Outras marcas também aderiram a cultura iniciada pela Tesla e decidiram que todos os seus carros passarão a ser elétricos. E várias outras marcas surgiram aproveitando a nova onda, como os modelos da chinesa BYD.
Cá estamos, em 2023, com uma explosão de modelos elétricos. Mês a mês novos modelos chegam ao mercado e parecem ter uma boa aceitação, o que tem feito com que os carros elétricos também se tornem cada vez mais acessíveis.
Já se encontra no mercado nacional carros 100% elétricos na faixa dos 150 mil reais. Basta dar uma pesquisada nos valores dos carros em 2023 e você perceberá que isso é um valor bem baixo para um carro 100% elétrico.
Os carros elétricos vão substituir definitivamente os carros a combustão?
Apesar dos carros elétricos terem emissão zero de CO², precisamos ir um pouco mais a fundo nessa discussão.
O processo de fabricação das baterias não é tão limpo quanto o uso delas conforme destaca o químico Marcelo Gauto em matéria:
“Diversos estudos científicos apontam que para cada quilowatt-hora (kWh) de capacidade de uma bateria fabricada na Ásia são emitidos próximos de 115 kg de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera em média, fora outros poluentes. Uma bateria de 60 kWh, usual no mercado, já “nasce”, então, com 7 toneladas de GEE associadas à fabricação delas.”
Leia a matéria completa.
Os números de emissão de poluentes na produção de baterias são alarmantes.
Claro que, com os avanços tecnológicos e os estudos contínuos, a capacidade de carga e até mesmo o processo de fabricação e reciclagem vão se aprimorando. Esses processos constantes de melhoria podem garantir baterias cada vez mais “limpas”.
No entanto, até que tenhamos certeza de que todo o processo seja realmente livre de poluentes, vão anos de pesquisa que podem, inclusive, mudar o que entendemos por carro elétrico nos próximos anos.
O futuro é incerto e as discussões são constantes. Conforme a matéria publicada no Auto Esporte, a União Europeia já cogita outros tipos de automóveis como alternativa aos elétricos. Veja a matéria:
Vale lembrar também que os pontos de recarga para carros movidos a bateria ainda não são tão difundidos quanto os postos de abastecimento para carros a combustão. Isso ainda é um problema do ponto de vista do condutor.
Conclusão
O ponto a se destacar é que os carros elétricos não são mais projetos futuristas. Graças ao “movimento Tesla” esses veículos são uma realidade já no tempo presente (perdoe-me pela redundância).
O que era antes uma possibilidade, se transformou no que pode ser o caminho para o automobilismo sustentável e limpo.
Uma marca com grandes propósitos pode sim causar grandes mudanças em um segmento. Há quem acredite que essas mudanças sejam boas, há quem acredite que essa não seja uma verdade absoluta.
Mas queremos saber de você, teria em sua garagem um carro 100% elétrico? Quais os prós e contras em sua opinião?
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