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Protocolo OBD2: o que é e como esse protocolo surgiu

Computador programando carro

Sumário

Os veículos atuais deixaram de ser apenas ferramentas de locomoção e passaram a ser verdadeiros computadores sobre rodas. Muita tecnologia tornou-se possível após a criação do protocolo OBD2. 

Do desempenho do motor ao acionamento dos vidros, praticamente tudo se comunica com o computador do carro. Parece coisa de filme de ficção científica, mas isso já é uma realidade.

Conheça o OBD e veja como essa ferramenta se tornou tão importante na indústria automobilística.

O que é o OBD?

O OBD (do inglês: On Board Diagnostic – Diagnóstico de bordo) é um sistema que permite fazer a leitura e diagnóstico de erros e falhas nos carros. 

Através de uma porta (um tipo de plug ou tomada) é possível acessar o “cérebro” do carro para fazer análise da saúde do veículo e até mesmo solucionar problemas, por meio de codificação.

Um aparelho, conhecido como scanner OBD, é conectado a essa porta e o escaneamento das informações do carro. Essa porta geralmente se encontra na parte de baixo do painel, do lado esquerdo. 

Especalista fazendo programação por protocolo OBD2

As informações são extraídas em forma de códigos. Cada tipo de diagnóstico tem um código específico, mas todos seguem a mesma regra. Calma que vou deixar mais prático.

Fazendo uma analogia bem simples, é como dizer que a língua portuguesa tem um mesmo alfabeto, mas existem incontáveis palavras.

A programação automotiva também tem um “alfabeto” próprio, e suas “palavras”. Cada regra de código transmite uma informação específica. 

Todo esse padrão de comunicação utilizado nos carros se chama protocolo OBD2. Por se tratarem de códigos complexos precisam ser interpretados por engenheiros e programadores. 

Entretanto, como já citamos acima, já existem ferramentas capazes de compreender os códigos e informar exatamente o que está acontecendo no carro, entregando praticidade ao trabalho dos profissionais.

Tudo isso tornou-se possível com a introdução de computadores nos carros. E aqui entra a ECU.

O que é a ECU?

ECU é a sigla para Electronic Control Unit, que significa unidade de controle eletrônico, também conhecida como central de injeção eletrônica. A ECU é como um computador, responsável por controlar várias funções do carro.

Isso ocorre por meio de sensores que emitem sinais para a ECU e da ECU para os sensores fazendo o monitoramento, diagnóstico e correção de problemas.

Na prática, quando uma luz acende no painel, é na verdade um sinal enviado pela ECU de que alguma coisa está acontecendo no carro.

Muitas vezes a permanência de uma luz no painel é sinal de problema, que é detectado pelos sensores espalhados no carro.

Um exemplo disso é a luz de injeção eletrônica que aparece quando o desempenho do motor pode estar comprometido. Seja pela pressão do óleo ou consumo irregular de combustível.

Conheça o que é e como funciona a injeção eletrônica clicando aqui.

A ECU se comunica com todos os módulos do carro, podendo receber comandos externos através do protocolo OBD2.

É fácil dizer que o protocolo OBD2 se tornou um padrão de comunicação importantíssimo para o desenvolvimento de tecnologias automotivas. 

Hoje existem várias funções que podem ser executadas no carro por programação. Os carros atuais possuem muitos itens eletrônicos que podem ser modificados sem a necessidade de substituir a peça.

O princípio para essa revolução começou com o nascimento do OBD2, mas você faz ideia de como ele surgiu? 

Veja como esse protocolo foi criado e como se tornou uma ferramenta valiosa no desenvolvimento da tecnologia automotiva.

De onde surgiu o protocolo OBD2?

O OBD surgiu na década de 60, como uma solução para controlar as emissões de gases produzidos pelos automóveis. Essa ferramenta foi criada para possibilitar o diagnóstico da saúde dos carros. 

Não é de hoje a preocupação com a poluição provocada pelos automóveis. Na verdade essa preocupação é bem antiga e começou a se formalizar na Califórnia por volta dos anos 60.

Não seria novidade dizer que ao longo dos últimos 100 anos os carros evoluíram muito e se popularizaram de uma forma exponencial.

Para se ter uma ideia, o primeiro automóvel é datado de 1885, criado por Karl Benz, sim, o fundador da Mercedes-Benz. 

Veja o artigo da Infoescola sobre os primeiros automóveis do mundo: 

https://www.infoescola.com/curiosidades/historia-do-automovel/O-primeiro-meio-de-transporte

Sendo assim, os automóveis foram se popularizando e ganhando espaço a cada ano. Nas décadas seguintes, surgiram muitas outras indústrias automotivas e muitos outros modelos de carros, que começaram a encher as ruas das grandes metrópoles mundo afora. 

Por volta dos anos 50 o governo da Califórnia, o estado mais populoso dos Estados Unidos, começou demonstrar grandes preocupações com as emissões causada pelos veículos, Nessa época então, começou estabelecer regras na tentativa de diminuir os níveis de poluição.

Nas décadas seguintes, empresas como Chrysler e GM passaram a buscar soluções para controlar as emissões dos seus carros, criando inclusive motores menos poluentes.

Entretanto, a maioria dos fabricantes de automóvel mantiveram suas produções com o mesmo padrão, sem esboçar grandes preocupações com a poluição gerada pelos veículos.

A preocupação se torna lei!

Foi então, em 1988, que a realidade mudou, quando a Califórnia conseguiu estabelecer em lei, os níveis toleráveis de emissões. 

E para conseguir mensurar se os carros estavam dentro da regra, a ARB (Air Resources Board – O Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia) passou a exigir que todos os veículos vendidos na Califórnia viessem com On Board Diagnostic (o OBD I), em outras palavras, um mecanismo de diagnóstico para mensurar se o carro atendia às exigências do órgão. 

A ideia era que todos os carros tivessem um sistema para fazer a averiguação dos componentes relacionados a emissões. 

Então, as marcas passaram a se adaptar à nova realidade, colocando em seus carros sistemas para leitura de informações relacionadas à poluição. Porém, estas ações resultaram em um novo problema…

Cada fabricante inseriu nos carros um OBD que permitia a checagem dos dados exigidos pelos órgãos competentes. O que ninguém previa é que cada marca iria criar seu próprio sistema de leitura, com seu próprio tipo de linguagem e com conectores próprios. 

E aí vem o problema. Para fazer a verificação de cada marca, os engenheiros tinham que se desdobrar para desenvolver conectores compatíveis com cada marca (e às vezes a mesma marca possuía vários formatos de conectores) e o pior, compreender a codificação usada por cada montadora para conseguir fazer a leitura. 

As indústrias usavam o argumento de que precisavam proteger os dados de espionagem. 

Depois de algum tempo enfrentando dificuldades, a ARB definiu um padrão que deveria ser adotado por todas as marcas.

O protocolo OBD2 (OBD II), que surge como padrão de codificação para a leitura de dados referente a emissões e itens relacionados.

É como se a partir daí, a ARB definisse qual o alfabeto e vocabulário que todo carro deveria ter para acessar essas informações.

As indústrias do setor tinham até 1996 para se adequarem à nova regra. 

Chegado o ano de 1996, todos os carros vendidos nos Estados Unidos já saiam de fábrica com o OBD2. A nova regra deu tão certo que outros países passaram a se adaptar a ela.

O protocolo OB2 se espalha pelo mundo

Em 2002 a regra passou a valer também na Europa, ou seja, os carros europeus também passaram a ter maior controle de emissões com o OBD2. Em 2006 na Austrália. Só em 2010 o padrão passou a ser uma lei no Brasil.

Desde então, muita coisa mudou. Através do OBD tornou-se possível acessar informações de sensores e módulos presentes em todas as partes do carro. 

Além de fazer diagnóstico relacionados à emissão e desempenho do motor, por meio do protocolo OBD2 é possível acessar e até configurar funcionalidade em itens como os módulos de vidros, luzes do carro, alertas sonoros e muitas outras coisas.

Veja a linha do tempo

  • 1968 – A Volkswagen lança o primeiro sistema de computador OBD com capacidade de digitalização.
  • 1975 – A Datsun (Marca americana de automóveis) começou a usar os computadores de bordo em seus veículos.
  • 1979 – A Society of Automotive Engineers (SAE – Sociedade de Engenheiros Automotivos) recomenda um conector de diagnóstico padrão e um conjunto de sinais de teste de diagnóstico de emissões.
  • 1980 – A GM (General Motors) introduziu uma interface e protocolo capazes de fornecer diagnósticos do motor através de uma interface ou piscando a luz de verificação do motor. 
  • 1988 – O Air Resources Board (O Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia) exige um sistema OBD simples em todos os veículos vendidos na Califórnia a partir dos modelos de 1988 e mais recentes.
  • 1994 – O ARB emitiu a norma de especificação do OBD2 com um padrão de conector e de comunicação para todos os carros vendidos na Califórnia.
  • 1996 – Todos os carros vendidos nos Estados Unidos precisavam obrigatoriamente ser compatíveis com OBD2.
  • 2001 – A União Europeia torna obrigatório para os fabricantes a inclusão do EOBD (versão europeia do OBD) em todos os veículos a gasolina vendidos na União Europeia.
  • 2004 – A União Europeia torna obrigatório para os fabricantes a inclusão do EOBD em todos os veículos a diesel vendidos na União Europeia.
  • 2006 – Todos veículos fabricados na Austrália e Nova Zelândia são obrigados a ser compatíveis com OBD2.
  • 2008 – Todos os veículos vendidos nos Estados Unidos foram obrigados a usar o padrão de sinalização ISO 15765-4.
  • 2010 – Chega ao Brasil a nova regra, todos os carros vendidos no país devem ter OBD2.

Conclusão

O protocolo de informações que era restrito ao sistema de emissões foi ganhando forma e novas funcionalidades.

O OBD2 passou a ser o sistema de comunicação padrão para acessar todas as informações com o  cérebro do carro, a ECU. 

Os carros da atualidade já são verdadeiros computadores ambulantes e a inovação está só começando. 

E se o assunto é tecnologia, a Faaftech entende. Conheça todas as soluções Faaftech para ter um carro mais integrado em nosso site www.faaftech.com.

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